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Um gostinho de São João com Marina Araújo

Sabe aquele gostinho que está além do sabor? Um toque especial que não é compreendido apenas pelo paladar, mas também pelo carinho que faz a alma e pelo quentinho que deixa no coração. É o gosto das memórias afetivas e das tradições, que passam de geração em geração, muitas vezes apenas pela oralidade, e que definem a nossa culinária típica. A chef Marina Araujo fez da documentação e catalogação desses pratos uma missão pessoal. E assim nasceu o Projeto Cumbuca, expedição que revisita os processos de produção e personagens da doçaria cearense. 

 

O Projeto Cumbuca

Chef de mão cheia e de cozinha farta, Marina guarda especial afinidade com a receita falada. Aprendeu a cozinhar com Dadá, sua mãe. “Minha mãe tinha mania de escrever receita em qualquer lugar, qualquer papel que pegava e isso me despertou pra quantidade de receitas e de pratos típicos da nossa cultura que podem simplesmente se perder com o tempo, né? Foi daí que surgiu a ideia de fazer o Projeto Cumbuca”. 

A iniciativa, que foi pausada por conta da pandemia, levou Marina a diferentes pontos do Ceará para conversar com pessoas que fizeram de um saber, um meio de vida, bem como acompanhar as preparações que vão desde os doces de fruta das Irmãs Duarte do Crato até o doce de leite, aquele caroçudo, tradicionalmente cearense. “A nossa ideia nunca foi fazer um livro de receitas. Até porque muitas vezes isso requer um segredo que é só do cozinheiro. O pensamento é de fato catalogar, registrar a doçaria do nosso estado e esse é o primeiro trabalho nesse sentido”.

 

Sabores de junho

Aproveitando a proximidade com o São João e o apreço de Marina pela culinária regional, pedimos para ela preparar dois pratos que são a cara das festas juninas. A chef, que nos recebe no O Chamego, seu restaurante, tem especial afinidade com o tema. Durante anos, teve uma banca de pratinhos e vendia na porta de faculdades, empresas e em diversos pontos da capital. “Eu tenho essa gratidão pelo pratinho, sabe? Durante muito tempo foi uma forma de sustento para mim. 

De comer com os olhos, Marina nos serve uma cocada e uma paçoca especial, dois pilares da culinária tradicional de São João para matar a saudade que estamos de um bom arraiá. “A minha cozinha sempre teve como princípio apresentar o que é nosso, da nossa cultura, misturando também com outras influências de outras partes do Brasil e do mundo, mas com os melhores insumos, respeitando o tempo dos alimentos e modo de preparo para cada prato”.

 

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